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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez são presos pela Lava Jato


Batizada de Operação Erga Omnes, nova etapa das investigações de corrupção e cartel na Petrobrás tem como alvos construtoras Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez
O diretor Alexandrino Alencar, da Odebrecht, foi preso nesta manhã em São Paulo. Foto: Rafael Arbex/EstadãoA Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira, 19, mais uma fase da Operação Lava Jato. Os alvos são a Construtora Norberto Odebrecht e a Andrade Gutierrez – duas das maiores empreiteiras do País, suspeitas de corrupção e cartel. O presidente Marcelo Odebrecht e os diretores Márcio Faria, Alexandrino Alencar e Rogério Araújo, da Odebrecht, foram presos. O presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, e o executivo Flávio Lúcio Magalhães estão entre os presos. Até as 12h32, nove executivos haviam sido presos.
A força-tarefa estimou em R$ 200 milhões o valor das propinas pagas pela Andrade Gutierrez no esquema da Petrobrás. O valor da Odebrecht é ainda maior, R$ 510 milhões. Ao todo, as empreiteiras teriam pago R$ 710 milhões.
Marcelo Odebrecht. Foto: Enrique Castro/Reuters
Marcelo Odebrecht. Foto: Enrique Castro/Reuters
Trecho de inquérito da Lava Jato que qualifica Márcio Faria, da Odebrecht / Reprodução
Trecho de inquérito da Lava Jato que qualifica Márcio Faria, da Odebrecht / Reprodução
Márcio Faria e Rógerio Araújo estão sob suspeita desde setembro de 2014 quando foram citados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás como responsáveis pelo pagamento de US$ 23 milhões de propina da Odebrecht para uma conta aberta na Suíça. Alexandrino Alencar é diretor de Relações Institucionais da Odebrecht e levou o ex-presidente Lula para Cuba, EUA, República Dominicana em janeiro de 2013.
Qualificação do executivo Rogério Araújo, da Odebrecht, nos autos da Lava Jato / Foto: Reprodução
Qualificação do executivo Rogério Araújo, da Odebrecht, nos autos da Lava Jato / Foto: Reprodução
Batizada da Operação Erga Omnes, a nova fase cumpre 59 mandados judiciais em quatro Estados – 38 mandados de busca e apreensão, nove mandados de condução coercitiva, oito mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária. Cerca de 220 policiais federais participam da operação. Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.
Um dos locais é a sede da Odebrecht, em São Paulo. No fim de maio, a maior empreiteira do País afirmou à Polícia Federal, em petição, que “não participa de esquemas ilícitos, menos ainda com a finalidade de pagar vantagens indevidas a servidores públicos ou executivos de empresas estatais”. A empresa rechaçou com veemência suspeitas sobre contratos com a Petrobrás.
Em depoimento, o doleiro Alberto Youssef, personagem central da Lava Jato, afirmou que, além de operar propinas da empreiteira Andrade Gutierrez no esquema de desvios na Petrobrás, também operou US$ 600 mil do Caixa 2 da empresa às vésperas de ser pego na operação.
Segundo o delator, a movimentação teria sido realizada no final de 2013 e início de 2014 e atendido inclusive a um pedido da diretoria da empreiteira na Venezuela. “Foi uma operação de US$ 300 mil que mandei para a DGX (conta utilizada pelo doleiro no exterior) e duas operações de US$ 150 mil, que não têm nada a ver com a Petrobrás”, relatou.
VEJA O DEPOIMENTO DE YOUSSEF QUE CITA AS OPERAÇÕES DA ANDRADE GUTIERREZ:
Fonte: O Estadão

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