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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Governadora americana defende pena de morte para jovem que atirou em igreja


Igreja Matodista Episcopal Africana em Charleston
Igreja Metodista Episcopal Africana em CharlestonJohn Taggart/EPA/Agência Lusa























Após a confirmação da polícia hoje (19) de que o jovem Dylan Roof, de 21 anos, confessou ter atirado e matado nove pessoas na quarta-feira (17), na Igreja Africana Metodista Episcopal em Charleston, Carolina do Sul, a governadora do estado, Nikki Haley, defendeu a aplicação da pena de morte, em caso de condenação.
“Somos um estado machucado pelo fato de nove pessoas terem morrido de maneira inocente”, afirmou em uma entrevista à rede NBC. Ela também defende que o jovem seja julgado na instância estadual – em que a pena de morte é aplicada – e não na Federal.
As declarações do jovem ao confessar o crime causaram ainda mais comoção e revolta na opinião pública. Segundo a imprensa norte-americana, policiais disseram que, no momento da confissão, ele se mostrou ser white supremacist (de supremacia branca), nome dado no país aos brancos ultrarracistas que pregam o ódio e a destruição aos negros.
Segundo a polícia, o jovem disse que queria iniciar uma “guerra racial” contra os negros no país. Em seu perfil no Facebook, exibia uma foto da bandeira da África do Sul, usada durante oREGIME do Apartheid. O jovem vai responder por nove acusações de assassinato e também posse de armas. Ele deve ser ouvido hoje em audiência em um tribunal da cidade.
Desde de ontem, várias igrejas protestantes fazem vigílias e orações pelas vítimas em diversas cidades norte-americanas. Em frente à igreja em Charleston, pessoas deixam velas e flores e a imprensa acompanha a comoção das pessoas. Chama a atenção algumas entrevistas em que brancos lamentam que o país ainda seja influenciado pelo racismo, após as intensas lutas pelos direitos civis dos negros nos anos de 1960 e 1970.
Além das homenagens, a imprensa entrevista familiares e exibe informações do perfil das vítimas. O mais jovem do grupo, que estava reunido na Igreja na noite de quarta-feira, era um rapaz de 26 anos. O reverendo Clementa Pinkney, 41 anos, era senador pela Carolina do Sul. O presidente Barack Obama e a primeira-dama Michelle Obama conheciam o senador.
O crime também suscitou o debate sobre o porte de armas no país, onde ter arma é um direito constitucional. Dylan Roof disparou na igreja com uma arma que ganhou de aniversário do pai. Hoje de manhã, a primeira-dama Michelle Obama seguiu a mesma linha do discurso do presidente Barack Obama adotado ontem (18). “Como o meu marido disse ontem, nossos pensamentos estão com as vítimas e suas famílias”, disse.
Obama procurou fazer um discurso de consolo, mas foi crítico ao afirmar que este tipo de “crime não acontece em países desenvolvidos”.
A menos de um ano e meio das eleições presidenciais, o presidente levantou a questão do controle de porte de armas. Ele é a favor de regras mais rígidas, mas enfrenta resistência de vários setores. A discussão já foi levada ao Congresso, mas não houve avanços. A pré-candidata Democrata Hillary Clinton também comentou o assunto ontem, após o discurso de Obama, e defendeu uma mudança para a política de porte e uso de armas no país.
Fonte: Agência Brasil
Leandra Felipe – Correspondente da Agência Brasil/EBC Edição: Denise Griesinger

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