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sábado, 24 de outubro de 2015

Manifestação em Machu Picchu, no Peru bloqueou estradas e prejudicou turismo local


Duas turistas da Bahia que visitaram Machu Picchu, no Peru, estão sem poder sair de Águas Calientes - ponto mais próximo do parque arqueológico Inca - por conta de uma manifestação realizada pela população da cidade, e também de Cusco, que dura cerca de 48 horas e que continua nesta quinta-feira (22), segundo contam. Elas dizem que os manifestantes temem que o governo permita que empresas públicas e privadas administrem o parque, Patrimônio da Humanidade, por 10 anos.
A engenheira de alimentos Larissa Carvalho disse que o isolamento foi provocado pelo bloqueio das estradas, que impediu a circulação do ônibus de Águas Calientes até a entrada do parque ou de retorno para cidade de Ollantaytambo, que faz parte do caminho de volta para Cusco.
"Tem muitas pessoas, muitos turistas perdendo voos, as empresas de trem, que dão acesso de Ollantaytambo a Águas Calientes, não dão informação, e nós não sabemos quando vamos sair daqui", disse. "Parece que o governo peruano não está divulgando muito essa situação. E tem vários brasileiros, crianças, pessoas mais idosas. Muitas pessoas estão exaltadas, já tentaram invadir a estação e a gente quer ajuda porque vamos ficar presos aqui e não sabemos quando vamos voltar", complementou. 
A amiga Lucilene Muniz explicou que desde a terça-feira (20), dezenas de brasileiros sem poder retornar para Cusco. Alguns deles, comentou, optaram por andar trilha de cerca de 12 km até uma hidrelétrica e, de lá, arriscaram de pegar um ônibus até Cusco. Em outro caso, disse que um grupo tentou viajar de carro e foi abordado por manifestantes.
"Um grupo desceu até a hidrelétrica, porém passou aperto na estrada, porque o carro foi parado pelos manifestantes, furaram os pneus. Tiveram que trocar de carro cerca de quatro vezes até Cusco", relatou. "É um aburso porque o governo do Peru está abafando as notícias. Em Lima, ninguém sabia o que está acontecendo", disse.
Lucilene Muniz contou que, por volta das 18h desta quinta-feira (no horário do Peru - duas horas a menos), pessoas que já têm tíquete comprado vão começar a embarcar de Águas Calientes para Ollantaytambo, mas ainda não há perspectiva para elas retornarem.  As amigas conseguiram visitar o parque por volta das 7h de quarta-feira.
"Nós e outros brasileiros nos comprometemos a divulgar a informação porque a censura do governo a essa notícia é muito indigesta. Conversamos com nativos que estão tentando pegar o trem e eles não sabiam o que estava ocorrendo. É muito injusto com a população daqui também, que está ilhada. A privatização irá prejudicá-los muito, mas a falta de informação é um desrespeito com os turistas", reclamou.
Por G1

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